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Educação

Pela internet, professor repassa conteúdos aos alunos que farão Enem e vestibular

Quinta-feira, 28 de maio de 2015


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O professor de história Carlos Castilho Junior, do Colégio Estadual Silvio Magalhães de Barros, de Maringá, encontrou uma maneira de repassar conteúdos aos alunos durante a greve dos profissionais da rede estadual de ensino. Duas vezes por semana ele disponibiliza áudios de aulas e esclarece dúvidas dos estudantes na rede social Facebook. 

As aulas são para alunos do 3º ano do Ensino Médio, que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares. “Não sou contra a greve dos professores, acho justa as reivindicações e também participo dos protestos nas ruas. Mas faço isso para os alunos não saírem prejudicados”, explica o professor Castilho.

Pela internet, o professor disponibiliza os áudios, responde questionamentos e sugere livros e filmes para os alunos pesquisarem. As aulas pelo Facebook foram um pedido de uma aluna preocupada em perder os conteúdos. No começo, o Grupo Voluntário de Estudos Históricos tinha 27 estudantes e hoje está com 800 participando, de cinco colégios de Maringá.

Os alunos estão empolgados. “As aulas pela internet ajudam bastante. O professor indica livros e a maioria dos alunos pergunta bastante”, diz Natália Galindo, de 16 anos, estudante do Instituto de Educação Estadual de Maringá.

Mesmo assim ela prefere ter aulas dentro das salas, na escola. “Na sala de aula podemos ver o professor e sempre tem debate quando surgem dúvidas”, explica Natália. 

O professor Castilho afirma que o grupo de estudos pela internet é apolítico e apartidário, não há defesa do sindicato nem do governo. “As aulas são gratuitas e ninguém fala sobre política, nem a favor ou contra determinado partido. Falamos somente sobre os conteúdos”, ressalta o professor, que ficou surpreso com a adesão e a organização dos alunos. “Fiz isso pelos estudantes e gostaria que mais professores participassem, pois somos apaixonados pelo que fazemos”, afirmou. “Torço pelo fim da greve e espero um comum acordo, uma solução boa para os professores”, disse Castilho.

Ele afirmou que as aulas pela internet vão durar até o encerramento da greve. Castilho recebeu apoio e ajuda de professores de São Paulo, Brasília e da Argentina. Mas conta que foi hostilizado por redes sociais e pessoalmente, chamado de “fura greve”. 

“Independentemente do movimento, continuo agindo como professor. Não deixei de lutar pelos direitos da categoria, mas também quero contribuir com o aprendizado dos alunos”, disse Carlos Castilho. 

Ilza Lopes, mãe da estudante Natália, afirmou que a maior preocupação é a perda de conteúdos. “É difícil eles estudarem sem professor. Mas esta ideia maravilhosa do professor Castilho ajuda. Se todos fizessem isso os alunos seriam menos prejudicados”, afirma Ilza.

Natália sente falta de estudar outros conteúdos, além de história. “Gostaria que os professores de outras matérias também dessem aulas pela internet, mas fica a critério de cada um. Eles têm o direito de lutar pelas reivindicações e nós, pelas aulas.”

Fonte: AEN - Agência de Notícias

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