Sexta-feira, 22 de abril de 2016
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Cerca de 80% dos municípios paranaenses já implantaram salas de coordenação e controle contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Das 1.094 salas estruturadas no País, 316 são do Paraná. A criação dessas estruturas foi determinada pelo Ministério da Saúde no fim do ano passado.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, a posição do Paraná demonstra o comprometimento das prefeituras no reforço ao combate ao mosquito da dengue. “O governo do Paraná tem investido pesado no enfrentamento ao Aedes aegypti, com o repasse de quase R$ 45 milhões nos últimos meses. Contudo, só conseguiremos vencer esta guerra se contarmos com a participação efetiva dos municípios e da sociedade civil organizada”, explicou.
As salas municipais de coordenação e controle são responsáveis por articular as ações de combate ao mosquito no âmbito local, buscando o apoio de diversas áreas do poder público e da sociedade. Elas são compostas por representantes do gabinete do prefeito, secretaria da saúde, defesa civil, assistência social, secretaria da educação e outras entidades que possam contribuir com a mobilização da população.
RESPOSTA - A criação das estruturas tem como motivo dar uma resposta à declaração de Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, por conta do registro de casos de microcefalia associada ao zika vírus.
A facilidade do Paraná em organizar as salas de situação se deu por conta da criação, em 2011, do Comitê Estadual de Combate à Dengue e da recomendação de que as prefeituras organizassem seus comitês municipais.
INTEGRAÇÃO – Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira, a medida vem ao encontro da necessidade de promover ações intersetoriais para a eliminação dos criadouros do mosquito. “Neste momento, é preciso trabalhar com escolas, empresas, sindicatos, igrejas e demais instituições para reunir cada vez mais pessoas nesta luta”, afirmou.
É através das salas de coordenação e controle que são organizados os mutirões e dias D de combate ao mosquito da dengue. Esse grupo também tem a função de centralizar todas as informações referentes à situação da dengue, zika e chikungunya no município.
“A compilação desses dados é essencial para que o trabalho seja reforçado nas regiões com maior risco. A análise dos números e da gravidade dos casos nos mostra como atuar para evitar epidemias e mortes por essas doenças”, disse a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
NOVO INFORME - Nesta terça-feira (19), a Secretaria Estadual da Saúde divulgou um novo informe sobre a situação da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus no Paraná. Apesar do fim do verão, o número de casos segue aumentando e mais quatro municípios entraram em epidemia de dengue: Jardim Olinda, Santo Antônio do Caiuá, Cambé e São Sebastião da Amoreira.
O boletim desta semana revela que o Estado já registra 34.050 casos de dengue. São 9.657 ocorrências a mais do que no informe anterior. O aumento se deve a atualização dos números referentes à Paranaguá, no Litoral do Estado.
PARANAGUÁ – Desde a semana passada, uma força-tarefa do governo estadual está no município para coordenar as ações de vigilância e combate ao Aedes aegypti. São 25 servidores estaduais atuando diretamente para apoiar as equipes de Paranaguá. Imediatamente, a equipe da Secretaria da Saúde identificou mais de 8 mil casos já confirmados, mas que ainda não tinham sido notificados no sistema de informação. A justificativa da prefeitura foi a falta de profissionais para realizar o serviço.
Com a correção no banco de dados, o número de casos de dengue em Paranaguá quase triplicou, chegando a 12.432 ocorrências. Isso representa 36% do total registrado do Estado.
Para conter o avanço da doença, o governo estadual iniciou no dia 7 de abril um novo ciclo de aplicação do fumacê em todos os bairros da cidade. Oito camionetes da Secretaria da Saúde realizam o trabalho, indicado para a eliminação do mosquito adulto, em sua forma alada.
Os profissionais da força-tarefa estadual também estão atuando na reorganização do fluxo de atendimento aos casos suspeitos de dengue. O objetivo é garantir que os pacientes sejam atendidos em tempo oportuno e com a estrutura adequada, de acordo com o quadro clínico apresentado.
ÓBITOS - Nesta semana, o boletim da Secretaria da Saúde confirmou ainda novas mortes em Paranaguá (2), Foz do Iguaçu (2), Santa Helena (1) e Medianeira (1). Desde agosto do ano passado, já são 40 óbitos causados pelo vírus da dengue no Paraná.
Quanto a contaminação por zika vírus, foram confirmados 248 casos no Paraná entre agosto de 2015 e abril de 2016. Destes, 22 são relacionados à gestantes. No mesmo período, 50 pessoas foram diagnosticadas com a febre chikungunya.
Fonte: AEN - Agência Estadual de Notícias
Última Atualização do site: 21/11/2024 13:53:07