Terça-feira, 02 de junho de 2015
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O Paraná foi o Estado brasileiro que mais subiu no ranking do combate à extrema miséria em dez anos. De 2003 a 2013, saltou do nono para o segundo lugar no ranking, conforme aponta levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No ranking geral, o Paraná ocupa a segunda posição, atrás apenas de Santa Catarina.
“Os bons índices alcançados pelo Paraná são resultado da política de assistência social desenvolvida no Estado, focada na promoção social e na emancipação das famílias”, diz o governador Beto Richa. De 2011 a 2014, os investimentos do governo estadual em programas e benefícios sociais somaram R$ 795,6 milhões.
O levantamento mostra que, em 2003, o Paraná tinha 840.225 pessoas vivendo em situação de extrema pobreza, o que representava 8,47% da população do Estado naquele momento. Uma década depois, o número de indivíduos extremamente pobres caiu para 214.352, equivalente a 2,03% da população.
Para chegar aos resultados, o estudo considerou o percentual de pessoas da população que possuem renda familiar per capita abaixo da linha de extrema pobreza. O valor da linha de extrema pobreza equivale ao de uma cesta mínima de alimentos para suprir uma pessoa.
FAMÍLIA PARANAENSE – Por meio do principal programa de enfrentamento à pobreza no Paraná, o Família Paranaense, o governo estadual já atendeu 171 mil famílias em situação de extrema pobreza, 30 mil delas com o acompanhamento familiar sistemático. Atualmente, o programa está presente nos 399 municípios paranaenses.
“Mais do que tirar as famílias da extrema pobreza, queremos ajudá-las a construir uma nova história. Ao incluí-las em serviços públicos como saúde, educação e cursos estamos contribuindo para que não precisem mais dos programas sociais e conquistem o seu desenvolvimento econômico”, ressaltou a secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa.
Além do repasse de um complemento de renda estadual, que é o Renda Família Paranaense, as ações do governo estadual também incluem o acesso a serviços, programas e ações de vários setores das políticas públicas, como os de saúde, saneamento, habitação e encaminhamento para emprego.
INCLUSÃO - Uma das beneficiárias do Família Parananese é a da dona de casa Talita Pontes de Araújo, 32 anos, e seus familiares. Casada e mãe de quatro filhos, ela foi incluída no programa em 2013. Desde então, recebe regularmente a visita da equipe técnica do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município de Contenda, onde mora, que presta orientações e faz os encaminhamentos necessários.
Com o acompanhamento familiar, ela conseguiu o tratamento para depressão, consultas odontológicas para quatro familiares e colocou em dia a vacinação das crianças. A filha mais nova, que nasceu com problemas nutricionais, foi incluída em um programa para receber leite gratuitamente.
“Eles sempre estão me visitando, me ajudando no que eu preciso. Já consegui vagas na creche, nas aulas de violão para minha filha adolescente e no curso de culinária que sempre quis fazer”, conta Talita.
Ela acredita que, ao concluir o curso, conseguirá um bom emprego e poderá até montar seu próprio negócio. “Sempre quis trabalhar em casa, mas não tinha condições. Agora vou poder fazer marmitas e salgados para ajudar nas despesas.”
Outra beneficiária é a auxiliar de cozinha Marinês do Rocio de Lima, 30 anos. Ela trabalha em um restaurante na Cidade Industrial de Curitiba. Em um atendimento recebido no Cras, também de Contenda, ela ficou sabendo sobre o curso de culinária, oferecido gratuitamente pela prefeitura, e aproveitou a oportunidade. “Estou fazendo para melhorar meu currículo”, diz.
Toda a família de Marinês também está incluída no serviço de proteção e atendimento integral à família e já foi encaminhada para consultas médicas e dentista. A filha mais velha, de 14 anos, vai trabalhar como menor-aprendiz.
As ações planejadas pelo Família Paranaense para Marinês preveem ainda atendimento na área de habitação, com a construção de uma nova casa, e de educação, para vaga em um centro de educação infantil. “Tudo isso ajuda muito e faz com que nossa vida seja mais fácil”, diz.
Atualmente, 80 famílias do município são acompanhadas pelo Família Paranaense. Contenda é um dos municípios considerados prioritários no programa, por apresentar menores índices de desenvolvimento.
PORTA DE ENTRADA - Encontrar as famílias em situação de extrema pobreza e que estão excluídas da rede de proteção social é uma das funções dos Cras. Nessas unidades, elas recebem o acompanhamento que necessitam e são incluídas em programas e benefícios sociais para que tenham melhores condições de vida.
Em pouco mais de quatro anos, o governo estadual entregou novos Cras para 41 municípios paranaenses. O investimento foi R$ 7,68 milhões de recursos do Fundo Estadual de Assistência Social (Feas).
Fonte: AEN - Agência de NotÃcias
Última Atualização do site: 21/11/2024 13:53:07