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Meio Ambiente

Estado capacita municípios para um correto plano de arborização urbana

Sexta-feira, 31 de outubro de 2014


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A arborização das cidades, além de deixar ruas e praças mais bonitas, traz outros importantes benefícios. As árvores ajudam a regular o clima e a temperatura dos centros urbanos, melhoram a qualidade do ar, a permeabilidade do solo e trazem mais qualidade de vida à população. Mas, para que essas vantagens se concretizem é preciso planejamento, já que a arborização mal manejada pode trazer uma série de problemas para os municípios. 

Por isso, o Governo do Estado oferece aos gestores municipais um curso de capacitação para auxiliar as prefeituras na elaboração do Plano Municipal de Arborização Urbana, que é exigido pelo Ministério Público do Paraná. 

Só neste ano 200 profissionais, de 128 municípios participaram dos seis cursos realizados em Maringá, Goioerê, Cascavel, Francisco Beltrão, Umuarama. Em Ponta Grossa a capacitação aconteceu nesta quarta e quinta-feira, para gestores de municípios da região dos Campos Gerais. Outras seis capacitações estão previstas para 2015, para abranger todas as cidades do Paraná. 

“Todo mundo gosta do contato com a natureza e por isso trabalhamos para ter uma arborização de qualidade em todos os municípios paranaenses”, explica o engenheiro florestal José Volnei Bisognin, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), um dos ministrantes do curso. A capacitação é realizada em parceria pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento Urbano, o IAP, a Copel e o Ministério Público do Paraná. 

ESPÉCIES DE ÁRVORES - José Volnei Bisognin explica que o curso aborda questões de legislação ambiental e os aspectos técnicos que devem estar inclusos no plano, como a largura das calçadas, a sinalização de trânsito e o mapa da rede elétrica municipal, além de questões ambientais e as características das espécies que podem ser manejadas. 

“Cada município decide qual planta se adapta melhor a seu ambiente, mas algumas espécies não são adequadas. As árvores frutíferas, por exemplo, só devem ser plantadas em terrenos particulares, porque nas ruas podem trazer alguns problemas, como a atração de insetos e até possíveis acidentes”, ressalta o engenheiro.“Outras espécies, como a murta, são proibidas por atraírem bactérias que atingem a citricultura, prejudicando os agricultores que trabalham com essa cultura”, afirma. 

REDE ELÉTRICA - Outra questão importante é com relação à rede de energia. No curso, a engenheira florestal da Copel, Luciana Leal, orienta os gestores sobre os cuidados próximos a postes e fios elétricos. 

“Uma arborização mal manejada traz uma série de riscos, como acidentes com a rede de energia e queda de árvores. Espécies que não admitem podas, como as palmeiras, não podem ser plantadas embaixo dos fios, justamente para evitar problemas futuros”, explica. 

PLANTAS NATIVAS ¨C O engenheiro florestal José Volnei ressalta que, no Paraná, a orientação é que as prefeituras utilizem plantas nativas para fazer a arborização. “Existe essa preocupação, porque a falta de planejamento no passado levou o Estado a plantar muitas espécies exóticas invasoras, que polinizam as regiões próximas e acabam com a mata nativa”, explica. Entre as plantas invasoras estão o pinus, a uva do japão e a leucena. 

“Estamos estudando o comportamento das espécies nativas no ambiente urbano para fazer essa substituição. Recomendamos o plantio de ipês, jatobás, corticeira, alecrim, entre outras, sempre de acordo com as especificidades de cada local”, completa. 

60 MIL - Um dos profissionais capacitados pelo curso, o técnico da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Assis Chateubriand, Gilmar Echhardt, afirma que o treinamento vai ajudar no planejamento adequado de arborização no município. “Estamos em processo de licitação para contratar uma empresa que fará o Plano Municipal de Arborização e temos, agora, condições de orientar o processo para que seja feito da maneira correta”, diz. 

“Hoje temos mais de 60 mil árvores plantadas na cidade, mas que estão em locais inadequados, que atrapalham a locomoção das pessoas, a sinalização e a iluminação pública, ou são plantas que não podem ser utilizadas para esse fim”, conta. 

Fonte: AEN

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